Duas Torres, As (Edição Estendida)

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Quando veio ao Brasil para divulgar o terceiro capítulo da saga “O Senhor dos Anéis”, o ator Viggo Mortensen (Aragorn) foi taxativo. Ele disse preferir que a trilogia fosse lembrada no futuro não pelos filmes exibidos no cinema, mas pelas edições estendidas. Essas versões, acrescidas de novas cenas, estão sendo lançadas em caixas com quatro DVDs, nos EUA e na Europa. A edição especial de “As Duas Torres”, o segundo filme da série, consegue a rara proeza de ser ainda melhor do que a já excepcional caixa do primeiro filme.

Isso acontece por um motivo simples: os acréscimos feitos pelo cineasta Peter Jackson no filme, que somam um total de 43 minutos de imagens inéditas, são mais importantes do que os enxertos realizados em “A Sociedade do Anel”. Aliás, quando “As Duas Torres” foi exibido no cinema, as poucas críticas negativas giravam em torno de dois problemas. O principal era a excessiva simplificação de alguns personagens, como Faramir (David Wenham) e Éowyn (Miranda Otto). Basta olhar a crítica da versão normal do filme, cujo link está logo abaixo, o você vai perceber o senão. O outro defeito era a pouca importância dada aos eventos ocorridos na floresta de Fangorn, tão prejudicada quanto fora Lothlórien no filme anterior.

Pois saiba que Peter Jackson atacou esses dois problemas de frente. A construção mais dinâmica e profunda dos personagens empresta a eles nuanças que explicam muito melhor algumas decisões tomadas por cada um. Faramir, o exemplo mais radical, é contemplado com uma nova e longa cena em flashback, que mostra claramente a personalidade atormentada, já que ele sempre viveu à sombra do irmão Boromir, desprezado pelo pai, Denethor (John Noble). Outra: Éowyn cantando em inglês arcaico, no funeral do primo, é um momento tocante, e que informa muito sobre a relação paternal que ela nutre para com o rei de Rohan, Théoden (Bernard Hill).

Além disso, há várias cenas extras que mostram uma lenta e surpreendente aproximação entre Gollum (Andy Serkis) e Frodo (Elijah Wood), algo que funciona como “pista” do que virá no terceiro filme. Até mesmo Aragorn ganha novas cenas. Uma delas explica a atração de Éowin por ele e também indica a importância crucial que ele vai desempenhar na guerra, durante os meses que virão – Aragorn é descendente de uma linhagem humana especial, os Dúnedain, e tem 87 (!) anos. Por fim, Barbávore e a floresta de Fangorn ganham vários minutos de cenas extras, que capturam melhor a natureza dos ents.

Se isso não basta, o espectador ainda ganha um conjunto espetacular de material extra. Além de quatro comentários em áudio, gravados por mais de 20 membros da equipe técnica, há seis horas de documentários, distribuídos em dois discos. Ao todo, são 13 documentários, duas galerias animadas (com quase 3.000 fotografias, desenhos e storyboards), dois mapas interativos (um da Nova Zelândia e outro da Terra-média, o legendário continente onde acontecem as aventuras) e até uma demonstração interativa do som da batalha do Abismo de Helm.

No meio de todo esse material, há uma quantidade abissal de curiosidades e informações valiosas para compreender a grandiosidade do projeto. O disco 3 mapeia o processo de transformação do livro em roteiro e tem, como maior destaque, um longo documentário sobre o processo de construção digital do fascinante Gollum. No disco 4, as reportagens cobrem as filmagens e toda a pós-produção, incluindo a criação dos efeitos visuais (como o personagem Barbávore) e uma visita aos estúdios da Weta, a empresa onde o filme recebe um banho de computação gráfica.

A caixinha com quatro discos aportou no Brasil apenas em outubro de 2010, sete anos após o lançamento nos Estados Unidos.

– O Senhor dos Anéis: As Duas Torres – Edição Estendida (Lord of the Ring: The Two Towers – Extended Edition)
Direção: Peter Jackson
Elenco: Elijah Wood, Viggo Mortensen, Ian McKellen, Sean Astin, Dominic Monaghan, Billy Boyd, Orlando Bloom
Duração: 223 minutos

Um comentário em “Duas Torres, As (Edição Estendida)

  1. Sem dúvida alguma, fui contemplado com a maior obra cinematográfica do gênero. Nos meus 26 anos, sempre esperei pela aventura definitiva. E esse dia chegou quando um certo fã chamado Peter Jackson “ousou” adaptar a tão famosa e amada obra literária do professor J.R.R. Tolkien. Eu que já tinha a trilogia em sua versão de cinema com a minha preferida ao lado de “O Poderoso Chefão”, agora, ao poder assistir às versões estendidas, posso dizer sem nenhum medo que se trata do melhor filme que já assisti, tanto em termos de emoção, grandiosidade, magia e narrativa épica! Obra-prima provavelmente insuperável!

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