Tropa de Elite 2

[rating: 4]

Coragem. Essa é a primeira palavra que vem à mente quando “Tropa de Elite 2” (Brasil, 2010) termina, após uma seqüência amarga e assustadora, que se passa em Brasília (DF). O incrível êxito de crítica e bilheteria do longa-metragem de José Padilha – primeiro título nacional a ultrapassar os três milhões de espectadores em uma semana de exibição nos cinemas – merece uma reflexão profunda. Há alguns anos atrás, ninguém sonharia que uma superprodução estrelada por um oficial da Polícia Militar carioca seria capaz de sintetizar de forma tão intensa as raivas e frustrações de uma parcela tão significativa da população. Muito além de qualquer juízo de valor, tamanho sucesso precisa ser avaliado com carinho. Especialmente por parte da elite política, alvo maior da metralhadora verbal (a expressão é literal) de Padilha.

Como se sabe, “Tropa de Elite 2” dá seqüência ao filme de 2007, um sucesso cuja proporção não pôde ser medida em números por causa do episódio do vazamento antes que chegasse às salas de projeção. A ação, que ocorre pouco mais de uma década após os acontecimentos vistos no primeiro filme, mostra o coronel Nascimento (Wagner Moura) fazendo a transição do comando do BOPE para um cargo executivo na Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Lá, liderando uma equipe de inteligência, ele precisa lidar simultaneamente com o crescimento das milícias privadas nas favelas e com o envolvimento de políticos com o crime organizado. Tudo isso enquanto enfrenta os dilemas da paternidade – sua ex-mulher (Maria Ribeiro) agora está casada com um deputado (Irandhir Santos) defensor dos direitos humanos.

Seguindo a cartilha rezada por Coppola em “O Poderoso Chefão 3” (quando o futuro de cada membro da família Corleone foi encenado de maneira lógica e correta), Padilha retorna a todos os personagens importantes do primeiro filme – também estão lá o ex-aspirante André Matias (André Ramiro), agora capitão, e o capitão Fábio (Milhem Cortaz), agora tenente-coronel – com coerência. Ele também acrescenta mais meia dúzia de figuras importantes, incluindo uma jornalista investigativa (Tainá Muller), figuras do primeiro escalão do poder estadual, novos policiais corruptos e um apresentador de programa sensacionalista de TV (André Mattos). Tanta gente causou um problema: o roteiro de “Tropa de Elite 2” precisava lidar com mais de uma dúzia de personagens importantes e várias subtramas paralelas que convergiam.

Mais uma vez, o recurso que Padilha utilizou para driblar o problema foi a narração praticamente ininterrupta do capitão Nascimento. Nesse ponto reside, talvez, o maior problema do filme, em termos de linguagem cinematográfica. O excesso de narração em off transforma o filme, por vezes, numa espécie de palestra ilustrada. Além disso, emperra a fluidez da ação (ainda que haja pelo menos três longas seqüências de tiroteio, fica sensação de obra bem mais lenta e cansativa do que o primeiro “Tropa de Elite”) e dilui a força das imagens, deixando o longa parecido com um Globo Repórter e entregando claramente a origem de José Padilha como documentarista. Com menos humor, o didatismo transparece de modo muito evidente.

Há, ainda, um segundo problema narrativo grave: o desfecho do destino do capitão Nascimento dentro da trama, que foge completamente ao tom documental perseguido por Padilha ao longo de todo o filme (como no caso do antecessor, “Tropa de Elite 2” faz referências a diversas pessoas e episódios reais). Se a intenção era fazer uma espécie de documentário simulado, objetivo reforçado pelo uso ostensivo de técnicas documentais (câmera na mão, diálogos improvisados), teria sido mais eficiente seguir essa proposta até o fim. Nesse aspecto, o epílogo do filme – que acontece logo após um impressionante e eficiente terceiro ato – seria simplesmente impossível de acontecer na vida real. Embora num melodrama isso fosse perfeitamente aceitável, não é o caso aqui.

Em que pese esses problemas menores, “Tropa de Elite 2” possui méritos inegáveis. Usa com muita eficiência a montagem alternada; a fotografia de Lula Carvalho captura com vibração as vielas apertadas das favelas cariocas e o ambiente frio e impessoal das salas dos burocratas; e o desempenho de todos os atores é uniformemente espetacular, cheio de energia e naturalidade. Além disso, tem a assombrosa capacidade de provocar uma catarse completa na audiência, atuando ao mesmo tempo como entretenimento e suscitando reflexões sobre temas sociais que raramente são discutidos com a profundidade e o desprendimento mostrados aqui. Não é pouca coisa.

– Tropa de Elite 2 (Brasil, 2010)
Direção: José Padilha
Elenco: Wagner Moura, Irandhir Santos, Maria Ribeiro, Milhem Cortaz
Duração: 115 minutos

36 comentários em “Tropa de Elite 2

  1. Poxa, não entendi bem a sua crítica. Entendo de cinema e sei que você é um estudioso, mas não consigo enxergar as suas criticas quanto a narrativa. Talvez não seja a escolha mais brilhante, mas foi a escolha que funcionou. A história foi contada, a audiência entendeu, ainda que para isso tenha que subverter as próprias regras narrativas do filme.

    Se puder detalhar isso, gostaria, por tenho imenso respeito pelo seu ponto de vista e pode ser agradável para meu conhecimento. Contudo, ate esse momento discordo da sua visão.

    Abraços
    Gilvan

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  2. Gilvan, tem um velho ditado que os cineastas clássicos usavam para resumir o trabalho de um diretor de cinema: “não fale, mostre”. Este filme é o negativo disso. Pelo menos para mim, é algo que dilui a força das imagens. Em certas cenas, seria possível fechar os olhos e continuar desfrutando da história. Em se tratando de cinema, isso é um defeito. Simples assim. Claro que você pode discordar disso, mas é o que eu acho.

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  3. Concordo quando você diz que, às vezes, o filme parece uma palestra por causa da narração em off interminável. A sensação que eu tive, ao assistir “Tropa de Elite 2”, era a de que o primeiro e o segundo ato do filme faziam uma grande contextualização geral rumo ao ato final, que é quando tudo começa a acontecer de verdade e o bicho pega. Foi neste ato de conclusão que a continuação se transformou naquilo que eu gostaria que ela fosse. Mas, eu concordo contigo também em relação à coragem, e isso este filme tem de sobra. O Padilha está de parabéns!

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  4. Achei muito bom. Principalmente por mostrar que quem acha que Direitos Humanos é pra proteger bandido são as pessoas ignorantes e/ou desinformadas (ou mal informadas) e que aplaudir uma polícia que sobe favela pra fazer chacina é fazer o jogo político e de interesses de quem detém o poder, que aplaudir violência contra favelados é esperar que cedo ou tarde ela atinga a população classe média (os únicos humanos diriam alguns) como no caso do carro do juiz metralhado no RJ – onde a PM simplesmente agiu como a popualção pede – mas quando a violência institucional que o povo aplaude atinge esse prórprio povo, aí querem reclamar da polícia. Também é interessante a cosnciência do Cel. Nascimento ao notar que seu trabalho foi duas coisas: enxugar gelo e servir de marionete para poderosos com aplauso da população.
    Interessante a particição de gente como Deputado Marcelo Freixo, o sociólogo Michel Misse e o Rodrigo Pimentel (ex-Bope, e hoje sociólogo e escritor do próprio filme e livro Elite da Tropa).

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  5. Rodrigo,
    Admiro suas críticas e compartilhamos de alguns gostos parecidos, como a admiração por Sergio Leone, Scorsese e Tarantino. Mas acho que aqui discordo com teu ponto de vista. Para mim Tropa de Elite 2 é um filmaço. Um policial com força política, mas sem esquecer do entretenimento. Além de ser inteligente e bem amarrado, é um filme violentíssimo muito mais do que o primeiro longa. Duas partes me lembraram bastante cenas do Poderoso Chefão (a rajada de balas contra o carro e corpos dos corruptos “mafiosos” aparecendo quase no final).
    E aí, concordas comigos nestas referências?

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  6. Há e lembrando que filmes do Scorsese (Os Bons Companheiros e Cassino) também apostavam na narração em Off. E funcionou muito bem, pelo menos para mim estes são filmaços irreparáveis.

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  7. Concordo com tudo, Marcelo. Acho “Tropa de Elite 2” um belo filme, tanto que dei 4. Nossas visões não são tão distantes assim, apenas ressaltei os defeitos porque 99% dos críticos estão falando apenas das qualidades, e não me interessa ficar repetindo mais do mesmo. Agora, não me senti empolgado ou “vingado”, como algumas pessoas que vêem o filme. Apenas angustiado.

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  8. Valeu pela crítica.
    Me sinto mais confortável em assisti-lo agora, já que tinha planejado esperar passar a “febre”
    e não enfrentar as filas horrendas que tenho encontrado aqui nos cinemas.
    Bom ler uma visão diferente do que já tinha encontrado.
    😉

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  9. Os temas (os temas e nada mais) me lembraram muito a revista O Cavaleiros das Trevas do Frank Miller, corrupção, polícia, política, direitos humanos, etc.

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  10. Poxa quando eu me preparava p ficar de pé e bater palma… veio aquele epílogo… PQ Padilha?…PQ???
    Pra mim iria ganhar cinco estrelas se acabasse na cena da bandeira, mas perdeu uma no após…

    Exelente crítica!!!

    P.S.: com os já 57milhões de reais até aqui acho muito difícil não ter o 3°

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  11. Pra mim faltaram as célebres frases de efeito do primeiro filme.
    Eu sei de cor e salteado todas as frases do primeiro como

    :”sabe voar estudante?” ou

    “Olha isso aqui, corpo encontrado na praia é afogamento!
    -mas capitão, tinha uma perfuração…
    – O sr é legista por acaso?”

    e aquela do capitão Fábio: “Eu jogo lá, eles jogam aqui, eu jogo lá, eles jogam aqui,é a guerra da carne!”

    Fora algumas poucas,as frases de efeito que alavacaram o primeiro filme ficaram quase ausentes no segundo!

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  12. Como assim Gilmar!?
    Tropa 2 tá cheio de frases sensacionais:
    “Cada cachorro que lamba sua caceta!”
    “Quer me foder? Então me beija.”
    “Tá de pombagirisse comigo?”
    “Tá se achando a pica das galáxias.”
    “Encosta esse bunda rachada em algum canto.”
    “É na hora da morte que a gente entende a vida.”
    “Vocês engordaram o porco, agora nós vai assar!”
    E a minha favorita:
    “Pensaram que eu ia cair pra baixo, mas eu caí pra cima.” hauhaujauajau

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  13. Confesso que a narração em off pra mim foi um dos fatores que mais pesou.
    Houve momentos em que eu simplesmente não conseguia prestar atenção no que estava vendo porque o Nascimento não parava de jogar informações aos meus ouvidos.

    Fora que, pra mim, o Padilha mudou completamente de discurso… Tudo bem que ‘o inimigo agora é outro’, mas algumas vezes ME parece que ele quase justifica os bandidos que ele tanto perseguiu no primeiro filme. As pessoas podem sair pensando que ‘é tudo culpa do sistema’. Que se não houvesse político corrupto, a violência seria quase que inexistente. Acho isso muito perigoso.

    Falando em sistema, eu não aguentava mais ouvir essa palavra no filme. Se pararem pra contar quantas vezes o Nascimento fala isso, vão se surpreender com o número, rs!

    Concordo com a Kamila, quando diz que os dois primeiros atos são como uma graaaaaande contextualização. Por isso mesmo fiquei meio impaciente… Achei a narrativa muito arrastada… E aquela cena final é realmente absurda. Também acho que deveria ter terminado na cena da bandeira (aliás, tudo, absolutamente tudo, levava a crer que terminaria ali.)

    O chato é que pra maioria da população, é quase como se fosse um dever cívico assistir esse filme. Padilha convence todo mundo e ninguém tem direito a pensar o contrário. E isso se reflete fora da sala escura. ‘Vc n gostou de Tropa de Elite 2? Vc tá doida’. Ouvi isso de muita gente.

    Acho que, no geral, as pessoas gostaram porque Padilha meio que colocou pra fora uma insatisfação que estava presa na garganta da galera há muito tempo e por isso esse sucesso todo de críticas (e n apenas de bilheteria). O que observo é que nas rodinhas de conversa, as pessoas já começam a citar o filme, como se ele não fosse uma ficção. Claro que acontecem muitas das coisas que Padilha mostra, mas, por mais que pareça, não é um documentário.

    Eu daria 3 estrelas pela coragem e pela história, que não deixa de ser interessante. Mas a forma como Padilha colocou essa história nas telas eu não gostei não.

    Gosto muito mais do primeiro, por ser menos pretensioso e mais divertido #prontofalei.

    Bem… Acho muito legal o que o Carmattos escreveu sobre o filme: http://carmattos.wordpress.com/2010/10/14/o-franco-atirador/

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  14. Valeu a pena ter assistido, mas, no fundo, não curti o primeiro e menos ainda a sequência. Até já imagino o caça-níquel que será a parte 3 (se bobear, vira série na Globo). Pelo menos, espero que não seja chato e tendencioso como o anterior. Olha, é claro que o tema central é interessante, o debate é válido, mas aquela eterna narração em off e principalmente o tendenciosismo direitóide mataram. É evidente que 99% dos espectadores do cinema fazem parte da classe média para cima e adoraram o discurso simplório e sutilmente direitóide do Padilha. Para a população bandido bom é bandido morto, afirma o Padilha no filme. Ô cara pálida, que população? A população louca da vida com o sangue que desceu ao asfalto? Sim, essa daí adoraria uma limpeza geral, mesmo que fosse apenas enxugar gelo. Meus amigos, onde eu moro, por exemplo, não tem essa de bandido bom ser bandido morto, não. Lugar de bandido é na cadeia, seja rico, pobre, preto ou branco. Ou investe-se no básico para se viver em um país minimamente decente, ou seja, ou investe-se em educação, saúde, geração de emprego, ou podem seguir matando milhares por dia que será apenas enxugar gelo! Mais da metade dos meus amigos de infância morreram antes dos 20 anos, nenhum deles tinha estrutura familiar, nenhum deles teve oportunidade de estudar, teve acesso à saúde, dignidade zero! Aquelas crianças que conheci, cresceram e meteram bronca, hoje estão mortos. Se o Padilha e parte da população acha bom, que se explodam e vivam por aí se tremendo de medo! Tratar direitos humanos do jeito que o Padilha tratou no filme é ridículo, direitos humanos não é apenas aquela caricatura tosca apresentada pelo já cult diretorzinho. Ah, não é a favor da prevenção e da recuperação da bandidagem? Então, fiquem espetos, arquem com as consequências, porque neguinho sai da cadeia apavorando, saem pior ou muito pior, e pobre de quem trombar! A maioria não tem nada a perder ou pelo menos vale o risco! Para mim, o Tropa de Elite é mais um filme brasileiro chato, pobre, sem sal, caricato, esteriotipado. Não sai disso: nordeste tratado de forma cômica e caricata, favela, violência urbana, filmes/novelas produzidos pela Globo Filmes. Mas não tem erro, o filme do Padilha é perfeitinho para chamar atenção de gringos desavisados e agradar 99% dos espectadores de cinemas de shopping. E lá vem a terceira parte, e agora, o que fará o super Nascimento? Explodirá os morros? Aguardemos as cenas do próximo capítulo. Abraço!

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  15. Paulo, você está cometendo um erro comum quando se trata de Tropa de Elite: Capitão Nascimento NÃO É José Padilha! O fato de Nascimento ser protagonista e narrador do filme não quer dizer que o diretor pense da mesma maneira. Também não quer dizer que Padilha endosse a forma de agir do personagem. Seria o mesmo que alguém achar que Henry Hill, o protagonista do clássico “Os Bons Companheiros” representasse fielmente o pensamento de Martin Scorsese, o diretor do longa.
    É preciso saber separar as coisas antes de criticá-las. Imagine que bizarro seria alguém acusando Jonathan Demme de compactuar com o canibalismo por humanizar o psicopata Hannibal Lecter em o “Silêncio dos Inocentes” (se bem que alguém deve ter feito isso mesmo)?
    Para piorar, você chama o filme de estereotipado, mas faz exatamente isso ao dizer que o filme é para “gringos desavisados e espectadores de shopping”. E eu, que não me encaixo em nenhum dos dois tipos, como fico nessa história?
    Enfim, só reforçando para você e qualquer outro que não tenha entendido: O personagem Capitão Nascimento NÂO É José Padilha! Ir ao cinema já com raiva do filme de antemão dá nisso: acaba por não entender sequer o óbvio.

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  16. Alexander, meu velho, você que não me entendeu. Quem é o diretor do filme? O Padilha, correto? Então! Eu apenas citei o super Nascimento, cara. É óbvio que ele é o personagem central, o responsável pelo filme é o diretor, o Padilha. Bom, no primeiro filme, só para citar um exemplo, você não acha que ele retratou os universitários de maneira negativa e esteriotipada? Eu acho que sim. E agora, no segundo, você não acha que ele, o Padilha, retratou o personagem defensor dos direitos humanos de maneira negativa e esteriotipada? Eu acho que sim. Apenas dois exemplos, cara. E quando eu falo da imagem esteriotipada do cinema brasileiro, dou exemplos, ou você não acha que nosso cinema roda quase sempre com os mesmos panos de fundo? Pobreza, favela, violência urbana, nordeste caricaturizado ou novelas globais de 2 horas produzidas pela Globo Filmes. E se você não é um gringo desavisado ou um expectador de cinemas de shopping, você é exceção, cara. A esmagadora maioria do público do shopping vibra com o super Nascimento. Agora, roda o filme numa comunidade, te garanto que a visão é outra, o sentimento é outro. Entenda, não tenho nada contra o personagem do Nascimento, muito menos com o Wagner Moura, que considero ótimo ator. Não tenho nada contra o fato do filme retratar a nossa guerra urbana de cada dia. Como brasileiro, espectador, minha crítica é com o diretor, o Padilha, o cara responsável pelo filme. Viva a democracia! Ninguém precisa concordar comigo, o Rodrigo pode achar besteira e não perder o tempo dele, tá tudo certo, mas não me entenda mal.

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  17. Rodrigo, achei sua crítica perfeita.
    Também me incomodou um pouquinho o didatismo da narração em off. O único senão do filme pra mim, mas depois que vc falou sobre o epílogo, realmente parando pra pensar ele não cabe mesmo na história do Cap. Nascimento. Eu fiquei meio com uma interrogação na cabeça sobre aquilo.

    O ritmo é mais lento do que o 1º mas isso era esperado e até gostei. Usando suas palavras nos comentários, não gosto de mais do mesmo.

    Porém nada tira o brilhantismo do filme. Lembro que saí do cinema me sentindo “pesada”, desesperançada mesmo com aquela realidade tão próxima e tão vívida por nós, cariocas, e brasileiros. Será que não há mesmo uma saída??

    Abs.

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  18. Rodrigo,
    Tenho ouvido muitas pessoas dizerem que se o filme tivesse sido lançado antes das eleições, o resultado seria outro. Não acredito que seria bem assim, pois poderia cometer injustiças com alguns políticos que fazem diferença no nosso sistema político. O personagem Fortunato (André Mattos) foi claramente inspirado no deputado e apresentador Wagner Montes, porém, tento acompanhar a política na medida do possível e percebi que ele participou da CPI das Milícias, ou seja, é bem diferente(pelo menos politicamente falando) do retratado no filme. Isso só pra ficar em um exemplo!

    Outro ponto que chama a atenção, é o fato do primeiro filme ser direcionado, mesmo que não seja intencionalmente, mas acaba sendo, a direita reacionária, e no segundo a esquerda. Vejo que Isso foi para ficar de bem com os dois lados, não concorda?

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  19. “É evidente que 99% dos espectadores do cinema fazem parte da classe média para cima e adoraram o discurso simplório e sutilmente direitóide do Padilha.”

    – Mentira. Muita gente de classe baixa gostou do filme.

    “Para a população bandido bom é bandido morto, afirma o Padilha no filme. Ô cara pálida, que população? A população louca da vida com o sangue que desceu ao asfalto? ”

    – Basta ver que o Coronel Ubiratan foi aplaudido em desfile.

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  20. “É evidente que 99% dos espectadores do cinema fazem parte da classe média para cima e adoraram o discurso simplório e sutilmente direitóide do Padilha.”

    Que imbecilidade! Não é segredo que, por exemplo, a classe baixa italiana não entendia o discurso social dos neo-realistas… Se essa idéia cretina tivesse validade, a classe baixa não teria como objetivo de vida se ‘aburguesar’.

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  21. Bom, estou de certa forma aliviado por este novo filme desviar o foco dos problemas para a cãmara dos deputados, mostrando que não basta entrar na favela e ‘deixar corpo no chão’, ou seja, pregar a solução dos problemas apenas com repressão.

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  22. Essa Rebecca do comentário 18 ou é política ou filha de algum político… pra ter entendido o filme sobre esse prisma.

    Onde que o filme “fala” que se nao houvesse a corrupção feroz do sistema não haveria violência??
    Cada uma que aparece viu…

    Engraçado que todo mundo baba pelo Goodfellas do Scorsese, ninguém fala nada da extensa narração do Ray Liotta (offs que adoro!). Mas com filme brasileiro sempre se arruma uma desculpa pra falar mal né. O provincianismo desse povo não acaba nunca…

    Tropa de Elite 2 é umas das melhores sequências já feitas no cinema nos últimos anos, inclusive superando o também brilhante primeiro filme.

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  23. Pour nous cet été ça sera 3 semaines au Portugal dans une maison de famille, donc on va profité des grands parents pour s’echapper 2 jours en amoureux et puis on va essayer aussi de se retrouver tous les 3 en partant 5 jours au camping!! Vu comme ça c’est idéal tout le monde y trouve son compte on verra comment ça va se passer dans la réalité en commancant par les 16h de trajet!!!!

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