O conceito de realismo emocional, se examinado superficialmente, pode parecer um tanto paradoxal. Afinal de contas, a noção de realismo que usamos no cotidiano geralmente se refere à representação objetiva da realidade, enquanto a idéia de emoção sugere subjetividade. No cinema, contudo, a união dessas duas coisas num conceito único e estável é possível. No vídeo abaixo, você pode assistir a quatro exemplos deste conceito, aplicados por cineastas como Sam Peckinpah, Francis Ford Coppola, Martin Scorsese e Nelson Pereira dos Santos.
Videocast: Realismo emocional
Publicado por Rodrigo Carreiro
Professor de Cinema e Audiovisual na UFPE e editor do Cine Repórter. Ver todos os posts por Rodrigo Carreiro
Publicado
Orra Rodrigo, achei esse videocast sensacional. Já tinha lido sobre isso, mas não havia assimilado tão bem como o fiz agora. Muito obrigado! Abraços.
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Thank you! You often write very interesting articles. You improved my mood.
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Fazendo uma comparaçao com “som off screen”, vemos que este video está bem melhor, com recursos visuais satisfatórios. Embora o cenário da gravação seja o mesmo, ele está melhor em vários aspectos. A iluminação do video anterior não tava legal, com uma luz em cima da cabeça, realçando sua calvice. Agora a luz vem na lateral, suave, talvez vindo de uma janela, o que deduz que a cena foi gravada de dia. Ao contrário da camisa amarela, anterior, temos agora uma preta, o que contrasta muito bem com o fundo branco. Só não tá bom a sombrinha verde pendurada na porta. Dá uma ideia de desleixo, embora eu suponha que tenha sido colocada propositalmente para equilibrar as cores da composição do cenário, com seu ótimo aspecto casual.
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hehehehe… esse tipo de cuidado técnico eu realmente não tenho na hora de gravar um videocast. Nunca, em nenhum deles, pensei por um segundo na roupa ou na luz que estava usando (é a luz natural do quarto, o que a diferencia é apenas o horário em que foi gravado). E pode ter certeza de que a sombrinha na porta fica lá todos os dias (essa sombrinha foi presente do dia dos pais da minha filha, que a pintou no colégio). Como uso a webcam para gravar esse material, e o faço sozinho, não tenho condições de planejar composição ou qualquer coisa do gênero. Vai na base da raça mesmo. 🙂
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Mesmo que não tenha sido intencional, o fato é que o visual deste videocast está muito melhor que “som offscreen”, Rodrigo. Embora faça seus vídeos de modo amador, com webcam e cenário caseiro, não custa nada gastar alguns minutos pensando no cuidado de suas cenas daqui pra frente — assim como você melhorou na explanação de seus comentários audiovisuais, ao por legendas de forma didática. Fazer algo de forma amadorística não é desculpa para fazê-lo de qualquer jeito. Ainda mais sendo você, que possui um profundo senso estético/artístico oriundo de sua longa profissão de crítico de cinema. Por ventura você escreve suas críticas e artigos de qualquer modo?
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Em termos de cinema sua lógica está correta, Gilx. Minha concepção é um pouco diferente; penso nos videocasts do Cine Repórter como pequenas aulas/comentários cuja preocupação essencial é didática e não estética ou artística. Quando vou dar uma aula, não gasto tempo escolhendo a camisa, mas me esforçando para construir um discurso que passe da melhor forma possível o conteúdo. O uso das legendas, inclusive, tem relação direta com isso. Além, é claro, de sinalizar um domínio um pouco mais acentuado das ferramentas de edição.
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Ok, Rodrigo. O problema está comigo. Sou um artista plástico e gráfico, e que adora mexer com fotografias e filmagens amadoras. Quando vejo algo que não me agrada, costumo tentar melhorá-lo. Mas pensando bem, o que eu tenho a ver com o trabalho dos outros?
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